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Perfis Psicológicos da Automedicação em Tempos de Crise

Quem nunca tomou, para um mal - estar físico (gripes, resfriados, dores, entre outras) ou emocional (nervoso, preocupação, ansiedade, tristeza, depressão), o “chazinho” da vovó ou da mamãe ou de um amigo ou até do vizinho?

Todos tentamos! Por inúmeras vezes dá certíssimo para nós! Outras vezes nem tanto ....

Quantos procuram alternativas nas farmácias, halopática e homeopática, seja com o farmacêutico ou com o balconista. Também por indicação do amigo ou do vizinho.

Também pode dar certo, por vezes e em outras, não...

Em casa, também arriscamos muitas vezes, nossas melhorias com o remédio caseiro ou até mesmo o remédio farmacêutico, que temos em casa.

Por vezes dá certo, por algum tempo e, em outras, é infrutífero, quando não piora! Enfim...., tentamos....!

Existem as pessoas que, mesmo não percebendo (inconsciente) tomam remédios ou medicamentos de descoberta recente ou até de "moda"...

Aqueles que sentem-se doentes, mesmo tendo seus exames com resultados negativos (hipocondríacos), tomam medicamentos por conta própria.

Todas elas são formas de automedicação, uma vez que não são indicadas por um médico .... e... pode dar muito certo! Ou .... errado....!

E como essa procura é considerada pela psicologia?

Bem, pesquisas científicas, desde sempre mostram entre tantos motivos para a automedicação pessoas com conhecimentos, seja do mal - estar físico ou emocional e das receitas caseiras herdadas de seus avós, pais, famílias, que sempre ou quase sempre deram certo.

Nesse caso, se o sintoma persiste, buscarão pelo médico. Esta herança, resultado de conhecimentos adquiridos de suas experiências de auto-observação, observação do outro, da vida, dos alimentos, da natureza .... sabedoria popular.

Outros motivos apontados por pesquisas científicas, quanto a automedicação, mostram pessoas insatisfeitas com o atendimento ou até encaminhamento médico, em especial, quando ouvem: “você não tem nada! É só psicológico”. Neste as caso as pessoas mostram a percepção de não terem sido ouvidas em suas necessidades (físicas, emocionais).

Também existe a atração de muitas pessoas por sentimentos como o orgulho, a vaidade proporcionados pelo suposto status, "privilégio" de terem “descoberto” o "remédio" para a "cura", o que lhes confere o “poder”, difícil ou impossível de reversão, do conhecimento. Nesta situação, costuma ser muito difícil ou impossível conversar ou contra argumentar. A pessoa está possuída por estes sentimentos que podem estar defendo-a de outros medos, como a impotência diante do seu sofrimento de ver o sofrimento do outro ou do próprio sofrimento do outro.

Também observa-se pessoas imbuídas pelo sentimento altruísta de desejar ajudar a sí mesma ou ao outro. Estas costumam abrir-se para avaliação do sucesso ou não de suas sugestões “medicamentosas”.

Nesse caso, essas pessoas mostram não sentirem necessidade emocional inconsciente ou consciente pela sensação de “poder” do conhecimento ou da ajuda. Elas simplesmente desejam ajudar, pensando no bem estar do outro, unicamente.

O fato é que o sofrimento e as dores, em especial intensas, repentinas de média/longa duração, do corpo ou da alma (considero que doem juntos), tenha ou não "uma luz no fim do túnel", geralmente são muito difíceis de serem suportadas, para alguns e, insuportáveis (não há possibilidade) para outros.

Diante dessas situações de sofrimento, os seres vivos (acredito nesta generalização) costumam, geralmente, sentir-se inicialmente com um nível maior de preocupação, medos, desespero, ansiedade ou estados deprimidos. Na longevidade dessas situações, podemos reagir com quadros depressivos, nesse caso, reação inconsciente de rejeição a situação de dor sentida como insuportável.

O ego tem seu tempo para suportar o insuportável (sentimentos citados acima, mudança de rotina, restrição social\afetiva, profissional, entre outras) e, para isso busca por mecanismos psíquicos ("mecanismos psíquicos de defesa do ego" _ Sigmund Freud) para se proteger delas, que são sentidas como ameaças ao seu equilíbrio ou até estruturação, entre eles, para o nosso objetivo, neste texto, seriam: negação, racionalização, projeção.

Em tempos e situações de crise, percebe-se a tendência humana para negar a situação como se apresenta. Diante de sua continuidade, com duração sem tempo pré-determinado para acabar, pode-se reagir com o mecanismo da racionalização, ou seja, tenta-se explicar tudo apenas pelo racional, fugindo de seus sentimentos, como medos, ansiedade, desesperos sem possibilidades ou disponibilidade enfrenta-los.

Nesse caso, podem deixar-se tomar por esses sentimentos e então, busca-se por um "culpado", um "responsável". Essa dinâmica pode piorar (tornar-se mais intensa), quando o responsável é o próprio indivíduo.

Para muitas pessoas parece inaceitável que não exista um “culpado”, “responsável” ou que não seja visível ou palpável “a olho nú”.

Nesse perfil psicológico, percebe-se pessoas imaturas emocionalmente, sendo por que não tiveram tempo hábil para o amadurecimento ou aquelas que se negaram (negam) a ele.

Essas últimas estariam inseridas em um quadro psicológico de teimosias, resistências, birras e fechamento diante das várias oportunidades e alternativas diferentes, desafiadoras e incontáveis mudanças solicitadas e oferecidas pelo viver.

Quanto tempo o ego suporta?

Isso depende de cada um e da situação. O que podemos considerar é que ele (nós) pode, em maioria das vezes escolher entre, pelo menos, dois caminhos. Um leva-o a criar novas alternativas e soluções; no outro caminho o ego pode manter-se fechado nessa dinâmica até morrer ou desenvolver quadros e atitudes de depressão, ansiedades crônicos, também representados por vícios e comportamentos de rebeldia e revolta (contra si e\ou contra o outro – o mundo), que poderá levá-lo ao surto (desestruturação).

Como saber?

A procura por um profissional especializado, seja psicólogo, neurologista ou psiquiátra, para ajuda profissional.

Precisa-se de estrutura de personalidade para suportar determinadas intensidades de dores, sejam físicas, emocionais, espirituais ou ainda admitir-se culpa ("consciência culpada") e responsabilidade!

A Lei costuma considerar como castigo suficiente a culpa, a responsabilidade de condenados, por crimes de ordem Culposa (não houve intenção).

Imprescindível buscar por soluções criativas internas e externas (vice-versa) para ampliar nossos olhares, julgamentos e criatividade.

Enfim, a automedicação em tempos de crise, seja qual for a crise é semelhante a buscar resolver uma situação delicada, com "os nervos a flor da pele", ou seja, é um risco e, geralmente com soluções indesejadas e irremediáveis.

Por vezes, no momento da crise, tem-se que tomar uma providência de urgência. Entretanto, assim que possível, tão importante quanto, buscar orientação profissional, inclusive para confirmar nossa providência inicial.

Um exemplo doméstico, talvez grosseiro, mas de maior alcance de atendimento, quando estamos com muita fome e queremos comer, mesmo se refeição ainda não está pronta....

Ou em uma gestação biológica ou emocional inicial, que mesmo o enxoval pronto e tudo o mais, ainda há a espera pela criança, que nascerá ou virá, no caso de adoção, a seu tempo.

Desta forma, talvez seja importante, em momentos de crise, equilibrar emoção com razão, buscar pela Fé e então, buscar a solução melhor (nem sempre a desejada) e principalmente, estarmos disponíveis (abertos) para vê-la, reconhece-la, recebe-la, seja de qual lado surgir...

Filme Sugeridos:

"A Morte lhe Cai Bem"

"Óleo de Lorenzo"

Músicas Sugeridas:

“Aquarela”- Toquinho

“Oração ao Tempo”- Caetano Veloso

“Respostas ao Tempo”- Nana Caymmi

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