O Médico e o Cliente
- Dra Elaine de C M Missiano - Psicóloga com
- 10 de set. de 2019
- 3 min de leitura
Hoje convido você, leitor para conversar sobre a relação médico-paciente.
Esse tema faz parte de três temas que desejo discutir e comecei com o filme "Óleo de Lorenzo", há algumas semanas atrás. Sugiro que abstraíamos também para outros profissionais, mas que prestemos muita atenção ao que vamos discutir.
Enfoco neste texto, o médico e, em um próximo, o paciente ou cliente.
O médico que tem uma formação formal de seis anos, que soma-se ao período de residência (estágio obrigatório) com a duração mínima de um ano e especializações necessárias, que lhe custam mais, no mínimo, um ano.
Esses oito a doze anos de estudos intensivos, por vezes propicia ao futuro médico cansaços extremos, até surtos ou, em algumas faculdades, dá-se a inclinação a suicídios.
A formação acadêmica do médico tem como um dos objetivos o estudo e, então o conhecimento de doenças, seus sintomas, riscos, fisiologia, fisiopatologia, medicamentos, possibilidades de tratamento, cura, entre outros.
Eu sempre refiro que a formação do médico, já há décadas vem acontecendo para o conhecimento da doença, nem sempre sobre a saúde! Poucos reconhecem a saúde.
É muito comum irmos ao médico e ele não perguntar sobre remédios e medicamentos já em uso, receitado por outros especialistas, ou a vida do paciente, ou sua saúde. Alguns deixam que o diagnósticos seja feito pelos exames e preferem não "ouvir" a minoria, ou o que não deu certo.
Nesse posicionamento médico o risco de interação medicamentosa fica enorme. Essencial ouvir o que o paciente diz, mesmo que o próprio paciente não tenha consciência do que está dizendo...
Com isso voce, leitor pode estar me perguntando, então esse médico deve se formar e em psicologia? Te respondo que não!
A medicina não surgiu das especialidades, mas sim estas da medicina. Para compreender melhor o ser humano, houve necessidade de separar, de dividir. Tudo indica que esqueceram de juntar. Para "ouvir" uma pessoa é necessário ter interesse. Existem psicólogos que também não tem interesse em "ouvir"...
Existem médicos que consideram o paciente como um todo, entretanto, infelizmente, a maioria maciça não mais, ou ainda não!
Esse posicionamento lhes confere a ilusão do "saber", quando na verdade, estamos sempre diante da oportunidade do aprendizado a cada paciente, a cada dia.
Na infância de muitos de nós, leitor, existia o médico que consultava a família (médico da família) e como entendiam muito de tudo! Porque conheciam realmente seus clientes! (Minha homenagem ao Dr João Domingos Corrêa e sua esposa e enfermeira, Sra Abgail).
Atualmente, existe uma especialidade médica com o nome "Medicina (Médico) da Família". Na nossa infância não existia o nome, mas o trabalho!
Acredito que somos melhor profissionais, quando o fazemos com e por amor. O sustento financeiro vem como consequência.
Muitas pessoas dizem que é impossível sair da consulta médica sem a receita para a compra de mais remédios; mas é muito comum não haver dispensa ou diminuição de algum remédio.
Essa é a primeira indicação de que o "olhar" do médico para a saúde é deficiente. Não aprendeu a reconhecer a saúde, mas ver doenças.
Eu já ouví de médicos dizerem que se a pessoa melhorou com uma dosagem do medicamento indicado por ele, basta dobrar a dosagem para que a pessoa sare..... Nunca diminuir ou retirar ou substituir medicação....
Vamos lembrar que fatores psicológicos também estão presentes em consultas médicas. Então é preciso aprender a ouvir..
A saúde manifesta-se sob diversos aspectos, bem como a doença. É importante que o profissional saíba verificar sinais de um e de outro. Caso contrário, o paciente que conhece de sí não prossegue; já o paciente que acredita que o médico sabe mais, continua...., (mesmo que o médico não saíba mais)
A saúde manifesta-se sob diversos aspectos.... vamos aprender a reconhecê-la?
Saúde a todos!
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