Antes Só do Que Mal Acompanhada(o) ou
- Dra Elaine de C M Missiano - Psicóloga com
- 3 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Ruím com ele\a, pior sem?
Quem nunca ouviu estas frases?
Qual é a sua frase?
Elas são verdadeiras?
Acredito que algumas pessoas identificarão-se com a primeira e outras com a segunda frase, mesmo não querendo
Na evolução dos tempos, ao longo de nossa história, a mulher e o homem não tinham escolha para o casamento:
Casavam-se com quem o pai da moça e o pai do moço escolhiam e, conheciam-se um ao outro no altar, no momento do casamento. A sorte estava lançada! Seria para Sempre!
Uma das consequências (não citarei os motivos), era a devolução da esposa, pelo marido ou vice-versa
Algumas culturas ainda fazem casamento dessa forma....
Mais tarde, a mulher e o homem casavam-se com quem os pais de cada um escolhiam, ás vezes conhecendo, também, no momento do casamento; outras vezes, em vias do casamento.
Também aqui, se algum critério não fosse respeitado, o marido poderia devolver a moça e vice-versa! Do contrário, seria Para Sempre!
Até aqui, a moça não era ouvida, para nada e às vezes nem o moço!!! Tudo era “resolvido” pelos pais de cada um.
À moça cabia saber prendas domésticas e sonhar com o príncipe.
Ao moço cabia aprender a defender sua família e a sustenta-la, encontrar a princesa e casar.
Mais tarde ainda e, já mais próximo dos nossos tempos, em nome também (não só) do sentimento amor, começamos a nos escolher, um ao outro.
Agora os pares escolhem-se....
Ou, pelo menos tem essa oportunidade!
E..... continuamos sonhando com o príncipe e com a princesa, ou seja, com o casamento perfeito! Ideal (Feliz para Sempre)!
Nesse momento existe o desejo e a possibilidade do conhecer e do experimentar, para “saber” se “tudo dará certo"....
A idealização? Ela continua presente! Nesse momento ela recebe o nome de sonho....
O sonho, a vontade e o desejo de encontrar a realização!! Encontrar alguém e, junto, a garantia do “para todo o sempre”
Até “esquecemos” de que todos somos humanos
nem nós somos como gostaríamos de ser....
Começa por aí, então, a decepção, a frustração, os desenganos, os desencontros, enfim.... o encontro de que ...o ideal não existe:
nem todos estão no mesmo momento,
ou investindo na relação com o mesmo objetivo!
ou não era como pensei que fosse
ou simplesmente acabou
Saímos da permanência (Para todo o Sempre)
e entramos na impermanência.... (“Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure.” (Vinícius de Moraes - cantor e compositor)
Nem todos nós aprendemos a conviver com a dor emocional da frustração.... queremos apenas que seja como gostaríamos que fosse ..... sonhar (idealizar)... não admitimos “algo dar errado”, ou seja, não ser como gostaríamos que fosse...
Como se as realizações dependessem única e exclusivamente do que é “eterno”. Esquecemos que o “dar errado” pode significar que deu certo e vice-versa!
Que bom se durou quanto podia durar, se ninguém arrastou ou aguentou o insuportável mais do que poderia ou deveria, nem menos....
Que bom se vivemos quanto foi possível viver!
Dói viver! É bom viver!
A boa companhia começa pela qualidade da nossa companhia conosco mesmos.
Nos conhecer, aprendermos a respeito a nós mesmos, nossas necessidades, nossas mudanças
(somos seres que mudam com alguma constância),
desde que somos concebidos!
E as nossas necessidades e desejos da mesma forma!
“...Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante.
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo....” (Raul Seixas - compositor e cantor),
Convido você, leitor, a observar as suas
E então.... “antes só do que mal acompanhado\a” ou
Ruím com ele\a; pior sem?
Qual é a sua frase?
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