AMOR Que sentimento é esse e como identifica-lo?
- Dra Elaine de C M Missiano - Psicóloga com
- 25 de abr. de 2018
- 3 min de leitura
Hoje vou conversar sobre o Amor!
Há muitos anos atrás, assistí a peça teatral “Fragmentos de um Discurso Amoroso”, no elenco, o ator Antônio Fagundes. Com esta peça, pude compreender, dentro da minha imaturidade, muitas coisas sobre o Amor, sentimentos afins e sentimentos facilmente confundíveis com ele.
O que pude compreender, nessa oportunidade, a respeito do Amor me ajudou e ajuda a compreender a vida, até hoje. A minha vida e dos demais a minha volta.
São muitas formas de amor, de amar e de ser amada (o)
Muitas intensidades, deste, que muitos traduzem como sentimento....
O amor pode ser ao próximo, a Deus, paterno\materno, filial, de avós, tios, fraterno, conjugal, amigos, entre tantos outros...!
De qualquer forma, como identifica-lo?
Muito bem, aberta a discussão.....!
O Amor tem possibilidade de existir, em qualquer de suas formas ou intensidades, em qualquer lugar em que exista o respeito.
Aonde não existe respeito existe outro sentimento, que e pode estar sendo chamado de Amor, mas não é ele.
Muitos sentimentos e muitas intensidades destes muitos sentimentos podem ser confundidos com o sentimento Amor. A paixão, o gostar e até mesmo a atração física ou sexual pode ser confundido com o Amor...
Muitas vezes o desejo de sentir o Amor, é confundido com ele.
O Amor é aberto e democrático, pode desabrochar a qualquer momento por qualquer pessoa, de formas inusitadas! Precisamos de uma percepção e apercepção aguçadas, às vezes, caso contrário podemos, com enorme FACILIDADE, confundir com outro sentimento, ou até mesmo com sensações, mas não é o Amor!
Entretanto, a confusão é nossa! O amor não se confunde! É como o que se sabe a respeito da felicidade, todos dizem almejá-la e poucos, ainda, aprendem sobre o que é e então, confundem quando tentam buscá-la, porque quando não sabemos o que buscamos, podemos passar por e não identificar ..... A felicidade, também é democrática e aberta, tem critérios próprios e é diferentes de pessoa para pessoa.
Aprendemos desde criança a perseguir a busca pelo Amor, mas nem sempre aprendemos a conhece-lo ou reconhece-lo, conquistá-lo ou recebê-lo e cuidar dele...
Isso porque na maioria das vezes não aprendemos a nos ouvir, conhecer nossas necessidades e desejos.
Importante lembrar e ressaltar que, com o tempo nós mudamos e, portanto nossas necessidades e desejos também podem mudar....
Outra confusão que se faz com o sentimento Amor, é excluí-lo quando outro sentimento, aparentemente contraditório está presente
Não necessariamente o Amor exclui-se na presença de outros sentimentos, pensamentos ou sensações. Ao contrário, uma vez que ele seja despertado, é resistente, tem limites e critérios claros!
Podemos perceber sentimentos aparentemente opostos ao Amor coexistirem, muito embora, pode ser por tempo limitado, o que depende de cada um, de circunstâncias e situações.
É muito interessante e curioso, pois na coexistência com o Amor, tantos sentimentos, em variações diferentes existem, entretanto, o Amor não necessariamente está presente, quando outros sentimentos estão.
Acusamos o amor também quando falamos do ciúme ou quando dizemos que estamos doentes porque “amamos demais”. Percebo que não há amor em excesso. Há a ausência do amor ou formas disfuncionais de amar, que podem indicar desde uma dificuldade emocional até uma dificuldade mental, psiquiátrica ou neurológica.
Eu concordo com o compositor e cantor Peninha, que diz, na letra de sua música “Sózinho”, “......quem ama cuida.....” e convido a todos a refletir sobre o que é o “cuidar”. Para isso, então, cito, o que me parece uma resposta, em uma das maiores e melhores expressões do amar, na frase de Dalai Lama: ”Dê a quem você ama: Asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar.”
Fácil, não??!
Ou seja, o Amor exige dedicação, atenção a sí e ao outro, respeito, investimento de tempo, de energia, presença física, virtual, carinho, em suas mais variadas formas (depende de cada um), distância e proximidade físicas e emocionais, entre tantas outras exigências......Que exercício!
Em muitos casos, o Amor não resiste, na ausência de uma ou mais dessas condições acima e, como diz nosso escritor, Machado de Assis, em “Amor, verbo intransitivo”, o amor não precisa de complementos. Ele é completo!
Desta forma, acredito que precisamos ampliar nossos horizontes, respeitando (obedecendo) aos nossos limites reais e não as nossas “zonas de conforto”.
Também a frase: “Nunca desista de quem gosta de você” (autor desconhecido), me parece essencial a vida!
Livros: “Fragmentos de um discurso amoroso” – Roland Barthes
“Amor, verbo intransitivo” – Machado de Assis
Música: “Sozinho”_ Peninha
Comments