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O Mal de Alzheimer, outras doenças neurodegenerativas, Idosos, seus Familiares e os Asilos

Neste texto não tenho a intenção de falar de forma científica sobre o Mal de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas, mas convido você, leitor a refletir sobre esse mal e alguns aspectos que o envolve.

O Mal de Alzheimer ou Doença de Alzheimer é uma doença de ordem neurológica, embora a psiquiatria e até mesmo a geriatria cuidem um pouco dela.

Seu nome deve-se ao primeiro médico que, em 1906 estudou, descreveu e publicou este mal, Alois Alzheimer.

Os sintomas da Doença de Alzheimer e das outras doenças neurodegenerativas são perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem).

No caso da Doença de Alzheimer, seu primeiro sintoma é a falta da memória, o que difere de tantas outras demências neurodegenerativas, que tem como primeiro sintoma a falta da atenção.

De qualquer forma os primeiros sintomas de qualquer das doenças neurodegenerativas, em especial, em sua fase inicial costumam ser facilmente confundíveis com os do cansaço mental ou estresse e, por isso tão fácil de serem desvalorizados.

Afinal, todos sofremos, em algum nível e com alguma frequência de falhas de memória ou de atenção, ou mais de uma dessas funções cognitivas.... e isso, em muitos momentos de nossas vidas.....!

Com o pavor do diagnóstico, em especial, da Doença de Alzheimer, a procura pelo médico, diante dos sintomas iniciais dela, está muito frequente, Graças a Deus!

Na minha prática clínica não é diferente, seja no atendimento psicológico ou, em especial, no atendimento de avaliação psicológica.

Compreensível, não?

Na minha clínica de Avaliação Neuropsicológica, é o encaminhamento mais frequente que recebo.

Esse pavor supera o medo diagnósticos de outras doenças sérias e graves e acredito que ganhe até para o medo que muitas pessoas tem de ir ao dentista!!

Esse Mal envolve a absoluta falta de consciência de si mesmo. Estar sob inteiro cuidado do outro ..... verdadeiramente apavorante!

Na visão do acompanhante, cuidador ou familiar, também é tarefa difícil, mesmo quando realizado com amor, satisfação e desejo de cuidar.

O desgaste ou a exaustão físico nesse cuidar inclui experienciar a dor emocional (tristeza, angústia, medo) proporcionada da pela sensação e o sentimento de se perder, em vida, alguém que está fisicamente perto!

Alguns familiares enfrentam; outros não.

Então.., seus cuidados começam com o encaminhamento do clínico, ou do psiquiatra para avaliação neuropsicológica, ou do geriatra para avaliação psiquiátrica ou neurológica e também para avaliação neuropsicológica.

Isso mesmo, avaliação neuropsicológica pode detectar seu início!!

Para algumas pessoas sua progressão é muito rápida e difícil de conter; para outras, é lenta e então, possível de atuar em seu tratamento.

Embora ainda não se conheça sua cura, ela pode e deve ser tratada com medicamento que desacelera sua progressão, exercícios físicos e exercícios mentais (falarei dele mais tarde).

Sabe-se também que o Mal de Alzheirmer sempre existiu e nós o conhecíamos como “esclerose” ou “caduquice”.

Isso porque ele acomete, em grande maior parte os idosos e antigamente as pessoas morriam antes de chegar nesta faixa de idade ou logo ao chegar.

Hoje é diferente!

Estudos referem que por motivo de as pessoas viverem mais tempo, então, podemos presenciar o aumento do número de pessoas com este mal.

Bem, esta doença é assustadora e por alguns motivos, como não querer atrapalhar a vida dos filhos, ou estarem sozinhos, ou ainda por saberem que seus filhos, genros, noras preferem serem absolvidos desta tarefa, muitos idosos contratam cuidadores ou providenciam suas estadias em asilos ou casas de repouso.

Alguns familiares fazem o mesmo e por alguns motivos interessantes de se pensar.....entre eles, existem os familiares que tomam consciência de suas condições emocionais e físicas não suficientes para esta tarefa, então, buscam por asilos com seus perfis, onde colocam seus familiares e os assistem de perto todas as suas necessidades (atenção, visitas e passeios frequentes, levam ao médico, a realização de exames clínicos, providenciam tratamentos outros -fonoaudiológico, terapia ocupacional, fisioterapia, alimentação suplementar, medicamento, entre outros), mas não os mantém em suas casas. Parece interessante, não?!

Não é um abandono, como se conhece, por se colocar em um asilo, mas uma assistência em acordo com suas possibilidades financeiras, físicas e emocionais. Um bom ambiente doméstico é tão imprescindível para o doente e o cuidador, quanto medicamentos!

Nem por isso tão livre assim de culpas, em muitos familiares.

Cada um sabe a sua receita! Ou, por vezes, tem-se que tentar para sabê-la!

Conheço pessoas que mantém seus idosos saudáveis ou com doenças neurodegenerativas em casa, totalmente entregues a empregados e pouco lhes dão atenção, mas basta dizer que está em sua casa e a sociedade aprova! Ficam isentos de suas culpas....

Entretanto, quanto aos asilos, carregamos um conceito ruím e real deles.

Sempre foram lugares onde familiares colocavam seus idosos e realmente os abandonam! Procuram se distrair\ocupar com outras coisas, para não se lembrar deles e para não sentirem-se culpados.

Essa parte é muito fácil, na sociedade alienada que vivemos! Eu faço de conta e pronto! Eu acredito!

Outro dia ví uma reportagem a respeito de um asilo, que dizia ter mudado seu nome de asilo para “casa de repouso” porque mudou seu conceito.

Ora, então se eu quero mudar de vida, preciso mudar de nome? Se eu me separei conjugalmente e depois reatei com a mesma pessoa, mudo de nome ou a pessoa?? Não! Se eu quero mudar de vida, preciso mudar de atitude!

Asilo, Casa de Repouso, Residência, todos cumprem a mesma função e podem mudar, se as pessoas mudarem sua forma de pensar e se comportar.

O que interessa que é que nós não nos abandonemos ou aos nossos familiares! Mas possamos nos assistir e assistí-los!

Quem faz o nosso tempo somos nós!

Tudo e qualquer coisa nessa vida, dá trabalho!!

Nós nos damos trabalho! Em especial se não formos alienados! Se não deixamos a vida nos levar, simplesmente!

Desta forma, fica minha mensagem: Não nos abandonemos!

Não nos abandonemos nos nossos idosos!

Quem cuida é o que mais precisa de cuidados!

Quanto ao exercício mental que falei acima, vejo muito sucesso na tentativa de prevenir ou retardar doenças neurodegenerativas principalmente em atividades como palavras-cruzadas e fazer coisas diferentes ou de formas diferentes.

Costumo usar para mim e indicar a todos, inclusive aos meus pacientes um texto da escritora Clarice Lispector (MUDE) e tenho tido muito sucesso!

Obrigada Clarice Lispector!

Dra Elaine de Cássia Moraes Missiano

Psicóloga com Especialização em

Neuropsicologia, HC\SP

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